abril 27, 2009

Vazio, Escuro, Futuro




Está escuro, observo os contornos dos objectos que me rodeiam e que me tornam comum.
Quero ser mais, quero seguir o meu sonho e o de outros, quero viver. Quem disse que não posso viver?
Sou um, dois ou mais, que querem viver e ser por si próprios. Torno-me vanguardista para não ser colhido de surpresa pelo futuro, pelo incerto.
Mas no presente contorço-me de dor, pelas feridas nas minhas mãos, no meu peito, na minha alma, chagas causadas por um muro, uma barreira psicológica, que quero mas não ouso transpor.
Sou infeliz e feliz, pois a minha ignorância relativamente ao mundo não permite mais. Quero viver.

abril 23, 2009

Pensamento Livre

Receio que desapareça, o pôr-do sol.
Admiro-o, olho mas não o vejo.
O meu pensamento está agora distante, imagino cores e formas que não existem, oiço algo, o que é?
É terno, quente e doce, é o som de um sonho.
Contemplo momentaneamente a minha paz interior,
sinto a brisa na minha pele. É agradável.
Quem me dera não sair daqui
Ganho esperança para um novo sonho.
As flores aqui são mais coloridas.
A minha respiração sustem-se por momentos.
Contemplo agora o céu, amávelmente tingido de vermelho, ao se pôr o sol.

abril 16, 2009

Laços

Jaz em mim um sentimento de estupidez relativamente grande, como se fosse já parte integrante do meu ser. Como um corpo moribundo derrotado por uma onda de sentimentos aqui estou, procurando respostas, mas sem ter certeza se as quero saber. Tudo o que tenho são vínculos, ligações que me mantêm de pé quando a vida apenas me quer ver de rastos, olhar-me de cima, no canto pequeno e escuro ao qual pertenço. E é devido a estes laços que não abandono o gosto pela vida, pois não tendo objectivos, essas ligações são tudo o que tenho.

abril 15, 2009

Sorriso


Sorrio sem razão para esconder o que sinto,
tento esconder-me por detrás de uma barreira de humor e boa disposição, pois não quero que os outros se sintam infelizes.
Sorrio para que não exista preocupação para comigo.
A minha tristeza é só minha.
A minha preocupação também.

A Vida Incorre Dubiamente


Emoções descabidas sobre palavras inoportunas, interferem com a razão, tornam-me incapacitado, completamente inútil. Inadaptável para com o mundo existente, para com o real, é como estou e isso não pode ser alterado com um simples sorriso. A vida é como um livro, a sua tinta a razão. Tento ignorar esse facto. Propósitos que servem para alcançar as meras felicidades mundanas tornam a vida incolor. Começa a busca por algo transcendente. Procuramos pelo prazer da descoberta e pela satisfação de o concretizar. Torna-se uma busca eterna, a da felicidade. A procura interior, faz-nos questionar a nós próprios, aperfeiçoa-nos e torna-nos mais apreciadores do mundo exterior. Qual o propósito de viver uma vida livre de questões e intriga? Iria ser infeliz quem vivesse desse modo? Um mundo de conhecimento totalmente adquirido iria tirar o significado à vida, tornando-a ainda mais incolor.

Tu, o Teu Calor e Eu


O calor do seu corpo provoca-me, sinto a sua suavidade no meu pensamento, sinto a ternura dos seus lábios nos meus sonhos, e desejo que por um breve segundo voltem a ser meus. Um sorriso capaz de aquecer o meu coração e de me entristecer brutalmente, faz-me querer mais prazer, mais dor, mais paixão. Morro lentamente, desvanecendo-me pela sua memória, ganhando nada mais em troca do que pura agonia. Mas a felicidade dos breves momentos que desfrutamos em conjunto tornam possível suportar essa angústia, tornam-me mais forte, melhor.

Ilusão Sentimental


Forma-se medo, medo de sentimentos, medo de desilusão, forma-se insegurança. Temem-se as relações, geram-se os segredos. Afundamo-nos na insatisfação, queremos mais, pois tememos a dor da solidão, o desespero de partilhar o nosso ser com alguém torna-se insuportável, incómodo. Buscamos abrigo em alguém, refugiamo-nos em quem nos aprecia, mas permanecemos seres incompletos em espírito.

Nostalgia






Conheço o teu ser, sem ter necessidade de o compreender através de palavras ditas por ti ou por outros, apenas lendo a expressão dos teus lábios e dos teus olhos. Eles denunciam a tristeza e a desilusão por mim criada, e fazem-me sofrer à luz das dificuldades que criei e dos sonhos que fiz querer serem realidade. Um sofrimento nostálgico ao qual me habituei, guardo-o só para mim nas minhas memórias, para nunca me esquecer do que foi e do que poderia ter sido, viver na esperança que talvez e tudo não passe de um sonho infeliz e cruel.



Prazer & Felicidade


Olhares, a troca de olhares que nega qualquer conflito, também os origina. São as palavras mal explicadas que levam às emoções erradas, tornam o mundo interdito de prazer e felicidade. Tudo é simples e simplesmente explicável, mas sinto necessidade de sofrer, ou então não tenho coragem suficiente para dizer o que sinto. Sinto-me indignado, frustrado, desiludido por não o conseguir. Encontro-me confuso, não sei o que devo desejar, amar ou odiar.

A Inconsistência da Personalidade


Apesar de tudo acredito na felicidade, a vida é feita de bons e maus momentos, e são os pequeníssimos bons momentos quem me fazem seguir em frente. São os instantes que passamos juntos, felizes, que me fazem querer quebrar barreiras e tentar ser algo mais. Quero ser melhor, mas por pura idiotice não o consigo fazer, a culpa é totalmente minha e não de os que me rodeiam. Porquê eu, porquê tu? Uma infundada interrogação na minha vida, porque tem de ser assim? Todos nós somos guiados para um futuro que nós próprios criamos através das nossas decisões. Gostava de ser como tu, e ter a capacidade de escolher e empenhar-me no que quero, isso não sou eu. Encontro-me despejado de objectivos, sonho ser livre e tenho meios para o ser. Afinal, que sou eu? Contemplo a realidade e apercebo-me de que nada sou na imensidão deste vasto mundo, e que faço eu para além de perder tempo? Desconheço a razão da minha existência, talvez esteja aqui apenas para observar e para me aperceber do que a vida realmente significa. Enfim, quão significante sou eu?

Deprimência


Tento por vezes não me tornar no que odeio, acontece com frequência, torno-me outro para outros sem me aperceber do que acontece, e sim, arrependo-me. Mas não me arrependo de ter nascido neste mundo, apesar de tudo o que fiz. Recordo coisas das quais eu me arrependo, tal como qualquer outra pessoa, mas ao mesmo tempo sei que foram esses acontecimentos que me tornaram o que hoje sou, não nego que outrora fui uma pessoa melhor, mas também menos consciente do mundo que me rodeia.

Banalidades Sentimentais...


Sinto um peso, algures na minha alma, um peso que embaraça os meus pensamentos, as minhas ideias…sinto que não estou a tirar partido de mim, que não uso a totalidade das minhas competências, e por sua vez isso devia importunar-me, mas não é isso que sinto, sinto-me apenas como se fosse um ser não vivo, um alienado, um tolo. Não sei o que quero, não tenho a certeza dos meus objectivos…afinal, o que sou? E o que quero? Ser feliz? Ser feliz mesmo que os outros tenham de ser infelizes? Não. Se foi coisa que aprendi nestes últimos tempos, foi isso. Das poucas coisas que faço, uma delas é aprender com os meus erros. O que estou aqui a fazer? Ainda não sei… Por vezes parece que sou um mero observador na minha vida. Existem momentos na vida de todos nós em que nos sentimos impotentes, devido a algo que acontece, ou que irá eventualmente acontecer.